FOLHETIM
LITERÁRIO INDEPENDENTE E NOTICIOSO
DEMOLIRAM UMA OBRA DE ZECA DÉDA
O Banco do Estado
de Sergipe, raro sobrevivente entre os bancos estaduais do país, divulga em seu
site que “A cultura de um povo é a sua história e a sua razão de ser. Cita que
sua missão é desenvolver o Estado Sergipano, procura investir na cultura local,
proporcionando oportunidades de inclusão cultural à sociedade, através de seus
projetos sociais e apoiando eventos, feiras e diversos programas com essa
finalidade”. Em Simão Dias, não se vê esse tal investimento cultural e preservacionista.
Relembro que em meus bons tempos de criança, aos sábados, quase sempre as
tardes, (quando a carne boiava) ia com meu pai ao Açougue da Carne (popularmente
Mercado do Talho) na Rua Joviniano de Carvalho. Ficava encantado com a grandeza
daquelas portas e com a altura daquele telhado, os detalhes triangular na
fachada daquele que abrigava o pulmão da feira municipal de nossa cidade, mais
pareciam grandes dentes que aprisionavam em suas grades a força e história de
sua gente. No início da década de 90, com a transferência da feira para a Rua
José Avelino de Oliveira, a bonita e forte obra erguida em 1930 por Zeca Déda passou
a ser o Centro de Arte e Artesanato de Simão Dias. Sempre que chegavam parentes
e amigos para visitarem nossa cidade, era este o espaço preferido para comprar
lembranças e bater papo sobre a cultura de nosso povo. Entretanto, aqueles que
dizem promover a cultura e valorizar a história demoliram O TALHO e alí construíram
a atual agência do Banese. As/os artesãs/os ficaram desabrigados sem terem onde
expor, onde ensinar, onde serem vistos. Sei que o poder público daquela época
também tem sua parcela de culpa, mas o BANESE tem uma dívida impagável com a
história de Simão Dias. Demoliram um patrimônio material, desabrigaram o
patrimônio imaterial. E de lá para cá, creio que quase nada fez o banco em prol
da cultura e principalmente dos artesãos e artesãs Simãodienses. Lembro
ABREU 2009, “Os homens do poder construíram um Banco no lugar do
Talho da Carne. Bem poderiam manter a construção antiga, o BANCO não se
preocupou com a Memória e a História de um povo. E a história ficou na banca de
carne qual boi morto, fora devorada pela ganância do dinheiro. Em nome do novo,
destruíram a memória de uma gente”. Assim, questionamos: já não está na hora do
banco contribuir com Simão Dias e promover uma ação que reintegrem nossos
artesãos e artesãs? Espaço público é o que não falta em nossa cidade, cito:
Antigo Mercado Abel Jacó – Cayçara Clube, a antiga Prefeitura ou até mesmo presentear
a cidade com a compra e restauração do belo e singelo sobrado da Rua
Olímpio Campos, antigo sobrado de Seu Janjão.
AÇÃO DO GRUPO DE TRAB. PRÓ-CULTURA DE SIMÃO DIAS
em 13/04/2018
Fontes
acessadas
em 13/04/2018:
Creio que uma parceria entre o Município e o Banese poderia recuperar um dos citados locais e abrigar a nossa arte e artesanato...que é rico e diverso, mas carentes de apoio.
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